De golpe em golpe, parceiro de Olarte deu calote em bancos e foi denunciado nove vezes

O técnico de pavimentação, Diego Aparecido Francisco, 37 anos, tem uma lista de vítimas. O casal de evangélicos, que teria perdido R$ 800 mil ao ser vítima do golpe do falso leilão aplicado por ele e pelo ex-prefeito Gilmar Antunes Olarte (sem partido), não foi um caso isolado. Conforme o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, de golpe em golpe, Francisco vem ganhando notoriedade na Capital.

A lista das vítimas inclui dois bancos de montadoras, que perderam quase R$ 270 mil. O Ministério Público Estadual protocolou nove ações penais por estelionato. Na 10ª, por injúria, Diego é acusado de ter ameaçado uma das vítimas de morte.

A última denúncia é sobre o golpe junto com o pastor evangélico e ex-prefeito da Capital. Conforme o MPE, Olarte e Diego, junto com a gerente do Banco Safra, Alessandra Carilho de Araújo, convenceram um casal de empresários de que um prédio estava indo a leilão na Avenida Gunter Hans, no Jardim Tijuca.

Amigos de Olarte, o qual conheceram na igreja evangélica Assembleia de Deus Nova Aliança do Brasil, o casal achou que tinha encontrado uma grande benção. Eles fizeram empréstimo junto ao banco para comprar o prédio e para o capital de giro. Só descobriram que caíram no golpe quando o banco começou a cobrar a primeira parcela e o imóvel não foi entregue.

Só que este não foi o primeiro golpe de Diego Francisco. Em 11 de setembro de 2020, ele convenceu de que estava vendendo um outro imóvel. Entregou para a mulher três folhas de cheque, que totalizavam R$ 45 mil. Em decorrência de divergência na assinatura, o banco devolveu os cheques.

Ao procurar Diego para tentar conseguir receber o dinheiro, a proprietária descobriu que o imóvel tinha sido dado pelo “empresário” para quitar uma dívida. Ou seja, usou um imóvel de terceiro para pagar uma conta.

Oito denúncias se referem a venda de carros. Uma das vítimas entregou um Fiat Uno, avaliado em R$ 28 mil, sendo que R$ 15 mil seriam destinados para quitar a dívida do financiamento. Em troca, ele pegou um Fort Ka. A Polícia Militar encontrou o veículo e o apreendeu, porque havia um mandado de busca e a apreensão. O resultado foi a vítima ficar sem carro e ainda com a dívida para pagar.

No dia 29 de outubro de 2019, conforme o MPE, um homem entregou um Honda Fit dourado para ser vendido, porque estava com o financiamento atrasado. Diego alegou que seu funcionário vendeu o carro sem autorização. O cliente só descobriu o golpe quando o carro foi encontrado em Corumbá, onde havia sido comercializado por R$ 10 mil.

Diego não só dava o golpe, como envolvia as vítimas em outras confusões. Um casal o procurou em busca de um Prisma. No entanto, Diego os convenceu a pegar um Fiat Siena até encontrar o carro ideal. O casal acabou financiando o carro, mas nunca recebeu o Prisma. E ainda ficaram com a dívida do financiamento.

Uma motorista de aplicativo tentou a ajuda de Diego para obter carro mais novo para atender as exigências das empresas, como Uber e 99. Ela entregou o carro e pegou um outro veículo. No entanto, ao descobri que caiu no golpe, a mulher perdeu o carro e ainda estava com um veículo sem documentação, sem saber quem era o dono. Ela ingressou com ação cobrando o ressarcimento na Justiça.

Um cliente vendeu o carro para Diego, mas não recebeu o valor combinado. Ele passou a cobrar o técnico em pavimentação, que reagiu com ameaças de morte. O MPE denunciou Diego por injúria.

Nem os poderosos bancos das montadoras escaparam. O Banco da Mercedes-Benz está cobrando R$ 161 mil, referente ao financiamento de um veículo GLB 200 Advance, adquirido em dezembro de 2021. Diego suspendeu o pagamento das parcelas em fevereiro de 2022. Agora, a montadora pede a apreensão do veículo.

Carro de luxo da Mercedes: Diego comprou, mas não pagou (Foto: Ilustrativa)

O banco da Volkswagen pede o pagamento de R$ 107,8 mil referente ao financiamento de um veículo Taos HL TSI, também comprado em dezembro de 2021. Conforme a ação na Justiça, Diego deixou de pagar a parcela de R$ 10,1 mil em março de 2022.

As ações tramitam em diferentes varas da Justiça estadual em Campo Grande. Na 5ª Vara Criminal, o juiz Valdir Peixoto Barbosa suspendeu o processo porque Diego não foi encontrado para responder pelo crime.

A do golpe junto com Olarte ainda vai ser analisada pelo juiz Márcio Alexandre Wust, da 6ª Vara Criminal. Alessandra pediu pela rejeição da denúncia porque a vítima teria sido a filha do casal, que é dono oficial da empresa, e não os autores da denúncia.

Fonte: O Jacaré

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