Após ações de prevenção e preparação, começa a fase de combate aos incêndios florestais no Pantanal

Campo Grande ( MS) – Na terça-feira (11), o CBMMS concluiu a Fase 2 de prevenção e preparação e iniciou a Fase 3 de combate aos incêndios florestais na região do Pantanal, afetada por fatores climáticos e o fenômeno El Niño. Sendo que na primeira fase foi a de planejamento e organização estratégica. Ao todo, na segunda etapa, foram 257 militares envolvidos que desenvolveram 992 ações em diversas localidades, incluindo Corumbá, Ladário, Costa Rica, Jateí, Coxim, Porto Murtinho, e os parques estaduais: Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema (PEVRI), Parque Estadual Nascentes do Rio Taquari (PENT) e Parque Estadual Pantanal do Rio Negro (PERN). Atualmente, encontram-se atuando 83 bombeiros militares na Fase de combate e resposta aos incêndios florestais.

Durante a Fase 2, as ações preventivas incluíram o resgate de animais, confecção de aceiros, queimas controladas, visitas técnicas a fazendas e comunidades tradicionais, manutenção de equipamentos e atividades de conscientização. No total, 880 adultos e 1.053 crianças foram alcançados por essas ações. Foram realizadas 166 visitas e vistorias técnicas, além de 20 atividades de divulgação e entrevista. As queimas prescritas e controladas abrangeram 32.618 hectares. Os militares percorreram mais de 10.200 km em ações preventivas. Três animais foram resgatados, incluindo uma jararaca, uma sucuri e um cachorro picado por cobra. Aceiros e queimas controladas foram realizadas no Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema (PEVRI), totalizando 30.000 m² de área queimadas de forma controlada.

No dia 11 de maio de 2024, houve um foco de incêndio florestal em Aquidauana (MS) com a atuação de duas guarnições e o apoio de militares na região. O Grupamento de Operações Aéreas (GOA) também foi acionado devido à dificuldade de acesso às áreas afetadas. No primeiro dia de combate, o GOA lançou 9.000 litros de água em seis lançamentos, conseguindo extinguir um dos dois focos de incêndio. As equipes em solo realizaram combate direto utilizando sopradores, abafadores, bombas costais e kits pick-up. Embora a Fase 2 tenha se concentrado na prevenção e preparação, algumas respostas a incêndios florestais foram necessárias durante este período.

As atividades de rescaldo e monitoramento das áreas afetadas continuam, visando minimizar os impactos ambientais e garantir a segurança das comunidades locais:

  • NAVIRAÍ (ao lado do Parque Nacional da Ilha Grande)

Em 27 de abril de 2024, o Comandante da Unidade de Naviraí informou sobre um incêndio de grandes proporções às margens da BR-487, próximo ao posto fiscal. Em 30 de abril, o Grupamento de Operações Aéreas (GOA) realizou um sobrevoo na região, lançando 34.000 litros de água para redirecionar o foco para o Rio Amambaí.

O combate continuou em 1º de maio de 2024, com o GOA lançando mais 31.000 litros de água. No dia 2 de maio de 2024, o GOA lançou mais 25.000 litros de água e, após um sobrevoo que confirmou que a área não oferecia riscos externos, desmobilizou a operação aérea. As equipes de solo permaneceram na região monitorando o foco confinado no charco próximo ao Rio Amambaí.

  • ELDORADO (Porto Morumbi – Fazenda Santo Antônio)

Em 18 de maio de 2024, a GCIF PEVRI foi designada para a região de Porto Morumbi, em Eldorado-MS, especificamente na Fazenda Santo Antônio, onde ocorria um incêndio de grandes proporções na vegetação. Após o acionamento, a equipe deslocou-se prontamente para o local e constatou o incêndio. Um drone foi utilizado para mapear a área afetada e detectar focos de calor ativos.

Com base nas informações fornecidas pelo drone, a equipe identificou que o incêndio era subterrâneo e localizou os focos ativos. Devido à natureza do incêndio de turfa, que se desenvolve abaixo da superfície do solo, a equipe precisou deslocar-se até os focos ativos a pé. Empregaram técnicas específicas para combater o fogo subterrâneo, incluindo a confecção de valas com material de sapa ao redor dos focos, criando uma barreira para impedir a propagação do fogo. Com essas medidas, os focos de calor foram controlados, evitando maiores danos ao bioma.

  • PARQUE ESTADUAL DAS VÁRZEAS DO RIO IVINHEMA

Em 22 de maio de 2024, no Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema, foi realizado o combate direto e indireto aos focos de calor, especialmente em áreas de pastagens, matas ciliares, áreas de várzeas e Áreas de Preservação Permanente (APPs). Os esforços foram concentrados pelos funcionários do Parque no confinamento dos focos na área Sul.

Também foi realizado combate aos focos de calor nas margens da estrada de acesso que divide o parque em áreas Norte e Sul. Foram utilizados aproximadamente 15.000 litros de água captados do Rio Ivinhema. Não foram encontrados animais feridos, nem ocorreram acidentes de trabalho com as equipes ou danos materiais aos equipamentos e viaturas.

  • PARAGUAI MIRIM

Em 4 de junho de 2024, uma aeronave da Polícia Militar, o helicóptero HARPIA-01, identificou um incêndio de grandes proporções na região do Paraguai Mirim, com uma área queimada de 2.750 hectares. Nos dias seguintes, a guarnição, reforçada por seis militares e uma equipe do Instituto Homem Pantaneiro, atuou no combate ao fogo, incluindo áreas próximas à Escola Jatobazinho. Em 6 de junho, constatou-se a necessidade do uso da aeronave AIR TRACTOR para auxílio no combate direto. Com essa ajuda, a área queimada na região, somando os dois grandes focos, chegou a 10.381 hectares.

Em 7 e 8 de junho, as equipes realizaram operações de rescaldo e monitoramento em áreas afetadas pelos incêndios, incluindo a região de Porto Laranjeira e proximidades da Escola Jatobazinho. O AIR TRACTOR foi fundamental no resfriamento das áreas e na proteção da vegetação da mata ciliar. No total, a área queimada próxima ao Porto Laranjeira chegou a 11.495 hectares, enquanto na Escola Jatobazinho foram registrados 4.520 hectares queimados. As condições climáticas adversas e ventos fortes influenciaram a propagação dos focos de incêndio, exigindo monitoramento contínuo e ações rápidas das equipes em solo.

  • CAIMASUL

Em 6 de junho de 2024, foi detectado um novo foco de incêndio na região de Caimasul, e uma guarnição foi deslocada para reconhecimento e combate ao incêndio. Durante a noite, a guarnição permaneceu no local para monitoramento e prevenção em áreas com aceiros. No total, a área queimada era de 771 hectares.

Em 7 de junho, duas guarnições de bombeiros, com o apoio de uma equipe do PrevFogo, monitoraram a área e realizaram aceiros para controlar o incêndio, com a área afetada aumentando para 925 hectares. Até 9 de junho, duas guarnições continuavam realizando monitoramento e rescaldo, enfrentando fortes rajadas de vento, e a área queimada havia aumentado para 1.189 hectares.

Sendo assim, a Fase 2 de prevenção e preparação no combate aos incêndios florestais no Pantanal realizada pelo CBMMS envolveu número significativo de militares, de ações em Corumbá, Ladário, Costa Rica, Jateí, Coxim, Porto Murtinho e os parques estaduais PEVRI, PENT e PERN. As ações como visitas técnicas em 166 fazendas e comunidades tradicionais, resgate de três animais, além de confecção de aceiros e queimas controladas em uma área total de 32.618 hectares. Paralelamente, equipes de solo e aéreas foram mobilizadas para combater focos de incêndio em várias regiões, utilizando técnicas específicas e equipamentos adequados.

Com o encerramento da Fase 2 e a transição para a Fase 3 marca o início de um esforço concentrado no combate direto aos incêndios florestais, com a experiência e os dados coletados durante a Fase 2 fornecendo a base para operações mais eficientes e eficazes.

Fonte: bombeiros.ms.gov.br

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