Representatividade sindical, luta e negociação garantiram conquista histórica para a categoria de saúde

Há 12 anos que a categoria tem buscado o reajuste dos plantões para os profissionais de saúde, conquista que se iniciou muitos anos atrás por meio de mobilização sindical, organizada pelas entidades representativas, intensos debates fundamentados em dados e informações de quem conhece a realidade das classes.

Os profissionais de saúde é uma das poucas categorias que tem conseguido avançar junto ao governo no Estado de Mato Grosso do Sul. Isso porque é uma classe que tem sua representatividade consolidada na base da luta sindical e respeito das autoridades políticas. Não basta “bater” ou criticar sem argumentos, é essencial o debate construtivo como tem se destacado a direção do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Seguridade Social do Estado de MS (SINTSS/MS).

Após muitas reuniões e levantamentos, foi assinado decreto autorizando o aumento, no dia 5 de setembro de 2024, pelo governador Eduardo Riedel, na presença da direção do Sintss, presidente Alexandre Júnior Costa, vice Ricardo Bueno, conselheiro fiscal Ronaldo de Oliveira Fernandes, dos secretários Maurício Simões (Saúde), Rodrigo Perez (Governo e Gestão Estratégica), Frederico Felini (Administração) e da diretora-presidente da Funsau (Fundação de Serviços de Saúde de Mato Grosso do Sul), Marielle Alves Corrêa Esgalha. Além de Robson Araujo dos Santos, da delegacia de Base da SES/MS e Lea Maria de Souza Ribeiro, da Superintendência de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas.


“Essa vitória é um reflexo da força e da luta da nossa base. Foram 12 anos de espera e inúmeras reuniões, negociações e, muitas vezes, embates para chegarmos a este momento. A valorização dos plantões não é um favor concedido, mas sim um direito conquistado através da luta sindical. Esse reajuste comprova a importância da luta sindical, com persistência e organização dos trabalhadores, conseguimos avançar na defesa dos nossos direitos”, ressaltou Alexandre.

Há alguns meses que o Sindicato tem participado ativamente da comissão que tem como objetivo a discutir esses temas e por meio de estudos e levantamentos foi alcançado esse reajuste. Conforme divulgado pelo Sintss, a comissão verificou a média estadual dos plantões e o que era possível ser feito, neste sentido o Secretário Estadual de Saúde, junto com a diretoria do Hospital Regional, entenderam que era necessário chegar a um valor no mínimo aos moldes do mercado da profissão no estado, já que este valor estava muito defasado.

A média geral é de 60% de reajuste, já quando é analisado por categoria, o reajuste vai de 50% até 80%. Para os profissionais em cargos de nível superior (enfermeiro, fisioterapeuta, e outros, excetuando médicos, cirurgiões dentistas e odontólogos), o valor/hora do plantão subiu de R$ 32 para R$ 48. Nos cargos em nível médio (técnico de enfermagem), o valor saiu de R$ 15 para R$ 25,50. Já os cargos em nível fundamental (auxiliar de enfermagem), de R$ 11 para R$ 19,80.

Produtividade e vale-alimentação – Bueno que tem participado das reuniões com representantes da secretaria da Saúde salienta que o momento é de continuar unidos e mobilizados. “Foi um avanço diante da luta que estamos travando, tem outras demandas que precisam ser corrigidas, mas também está sendo feito o diálogo. Mais duas estão no forno, que é a produtividade em que estamos discutindo as formas e mecanismos de medir os indicadores de produtividade. Um vale alimentação também está sendo discutido. Tudo em cima do fundo próprio que a saúde tem, em que o governo é obrigado a aplicar 12% do orçamento em saúde. Então, em cima disso a gente já tem no planejamento dos planos estadual de saúde essa discussão, é onde estamos tentando avançar com o governo”.

Durante sessão na Assembleia Legislativa, Ricardo Bueno fala sobre importância do piso da enfermagem

Negociação continua – “Já temos as próximas reuniões para acontecer até o final do mês para continuar avanço nessas demandas e o governo também pediu e estamos dialogando sobre a forma da nossa remuneração. Eles pretendem, com a reforma administrativa que está vindo de nível nacional transformar os salários em subsídio. Nosso caso é muito específico, então a discussão é mais ampla porque nós temos várias verbas indenizatórias como plantão, insalubridade, a própria produtividade, então essas coisas têm que ser discutida de uma forma mais tranquila que não seja no afogadilho e isso está sendo feito com o governo”, complementou Bueno.

Roberta Cáceres / Jornal Servidor Público MS

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