Briga por fazendas de Amorim para na delegacia e empresa em disputa tem mais de R$ 100 mi

A briga pelas fazendas do empresário João Amorim, réu na Operação Lama Asfáltica por desvio de uma fortuna dos cofres públicos e até condenado por improbidade no caso do lixo, foi parar até na delegacia. As filhas, a esposa e a irmã do empresário brigam na Justiça pela divisão da Agropecuária Areias Patrimonial, dona de um patrimônio que supera R$ 100 milhões.

Presidida pela esposa do empresário, Tereza Cristina Pedrossian Cortada Amorim, a Areias Patrimonial é dona das fazendas Theomar III, São Betno, Areias, São Bento e Papagaio. Apenas a última está avaliada em R$ 29 milhões e teria sido usada quitar propina ao senador Nelsinho Trad (PSD) quando era prefeito da Capital para favorecer o consórcio Solurb na licitação da concessão da coleta do lixo.

Conforme os autos, que tramitam na 16ª Vara Cível de Campo Grande, as propriedades possuem 20,1 mil cabeças de gado. Em média, o rebanho da família Amorim pode valer em torno de R$ 60 milhões. O patrimônio ainda inclui veículos, cavalos, galinhas, casas, entre outros bens.

O valor do patrimônio da agropecuária vai ser avaliado pela empresa Vinícius Coutinho Perícias e Consultoria, nomeada pela Justiça. No entanto, a perícia está suspensa porque as filhas, a esposa e a ex-deputada estadual Antonieta Amorim (MDB) estão discutindo no Tribunal de Justiça qual será a taxa de juros a incidir sobre o valor a ser dividido entre as cinco sócias.

A briga pela Areias Patrimonial começou em 13 de agosto de 2021, quando Ana Lúcia Amorim, 44 anos, registrou boletim de ocorrência na Delegacia da Polícia Civil de Bonito contra a madrasta, Tereza Cristina Amorim. Ela disse que a empresária interveio nas administrações das fazendas Papagaio e São Bento, que estavam sob o comando de Ana Paula Amorim, 47, e Renata Amorim, 40.

Tereza Cristina só não mexeu no comando da Fazenda Areias, delegada para a irmã de João Amorim, Antonieta. Conforme o boletim de ocorrência, ela excluiu as enteadas das decisões, passou a omitir relatórios sobre vendas e ainda impediu a participação em reuniões sobre a administração das propriedades.

Após o caso chegar à polícia, Ana Lúcia ingressou com ação de dissolução de sociedade em junho de 2022. O juiz Flávio Saad Peron, da 16ª Vara Cível, acatou o pedido e decretou a dissolução retroativa a junho de 2022.

Ana Lúcia e Renata estão juntas na guerra pelo patrimônio da Agropecuária Areias Patrimonial. Elas enfrentam a irmã, Ana Paula, a tia, Antonieta Amorim, e a madrasta, Tereza Cristina Pedrossian Cortada Amorim.

As irmãs são sócias em outras empresas. No total, a guerra pelo patrimônio de João Amorim, conta com sete ações na Justiça estadual de Campo Grande.

Conforme a Polícia Federal, parte da fortuna do empresário teria sido proveniente de corrupção. As revelações constam das investigações feitas na Operação Lama Asfáltica. As filhas de João Amorim – Ana Lúcia, Ana Paula e Renata – chegaram a ter a prisão preventiva decretada na Operação Fazendas de Lama, denominação da 2ª fase da Lama Asfáltica, e viraram réus pela compra da Fazenda Jacaré de Chifre, avaliada em R$ 33 milhões. A ação ainda tramita na Justiça.

Fonte: O Jacaré

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