Candidatos expõem problemas da Capital e deixam Adriane na defensiva no 2º debate

Os oito candidatos participaram do debate realizado nesta segunda pela Morena FM e pelo site Primeira Página (Foto: Reprodução)

Os candidatos a prefeito destacaram os problemas de  Campo Grande nas áreas da saúde,  educação, economia e obras inacabadas e deixaram Adriane Lopes (PP) na defensiva durante o 2º debate, realizado na noite desta quarta-feira (21). Em pontos altos do confronto, Beto Pereira (PSDB) responsabilizou a prefeita por sufocar os empreendedores. Já Rose Modesto (União Brasil) chamou a chefe do Executivo, que é evangélica, de mentirosa.

A prefeita aproveitou as oportunidades para falar dois anos de gestão e se eximiu dos seis anos em que participou da gestão de Marquinhos Trad (PDT), no qual era vice-prefeita. Ela também acusou o tucano e a ex-superintendente da Sudeco de desconhecerem a Capital por “passarem mais tempo em Brasília”.

Apesar de liderar as pesquisas divulgadas, Rose foi poupada pelos adversários durante o debate. Em um único confronto tentado criar por Luso Queiroz (PSOL), de que ela foi vereadora e não lutou contra o Consórcio Guaicurus. A ex-superintendente da Sudeco reagiu dizendo que o grupo assumiu o transporte coletivo no final de 2012 e ela acabou eleita vereadora logo em seguida.

Beto e Adriane mantiveram a linha de confronto. Ambos estão na briga pela segunda vaga no segundo turno, considerando-se as pesquisas divulgadas até o momento. O tucano ainda conseguiu driblar a prefeita e obter o apoio de Jair Bolsonaro (PL), o qual a progressista vinha pleiteando desde o ano passado.

Dos oito candidatos, sete citaram problemas enfrentados pela Capital. A deputada federal Camila Jara (PT) destacou a falta de novos investimentos na cidade. A petista lamentou a falta de políticas para atrair novas indústrias. “A economia de Campo Grande não vai bem e não conseguiu atrair grandes empresas para se instalar aqui”, lamentou.

“Mato Grosso do Sul cresceu 30% acima da inflação nos últimos anos, enquanto a economia de Campo Grande teve redução de 1,59%”, lamentou Beto Pereira. Em confronto com o tucano, Adriane destacou que a Capital vive pleno emprego e que a Capital sofre com o desvio de empresas para outras cidades pela gestão do PSDB para outras cidades. “É crítica de quem não conhece Campo Grande, o deputado fica mais em Brasília”, alfinetou Adriane.

“O empreendedor não encontra ambiente favorável para os negócios”, criticou o tucano, que acusou a prefeitura de dificultar a vida dos empresários ao dificultar a emissão de alvará e habite-se. “Ninguém consegue vencer a burocracia da prefeitura”, atacou o deputado federal. Adriane reagiu e culpou o PSDB por desviar as empresas de Campo Grande.

Em um dos confrontos, Adriane e Rose trocaram farpas sobre a educação infantil. A ex-deputada federal destacou que as sete obras inacabadas e abandonadas de escolas municipais de educação infantil, que estariam tomadas por lixo e dependentes químicos. Rose se comprometeu em viabilizar R$ 30 milhões para concluir as obras e abrir 1,7 mil vagas para a educação infantil.

A ex-deputada ainda disse que iria buscar recursos por meio do Novo PAC, o programa lançado por Lula (PT), para viabilizar a construção de mais 10 escolas e zerar a fila de espera na educação infantil.

No contra-ataque, Adriane repetiu a estratégia usada contra Beto Pereira e acusou Rose de passar mais tempo em Brasília e desconhecer a realidade de  Campo Grande. A candidata do União Brasil reagiu de forma mais incisiva: “a senhora está mentindo, porque visitei as sete escolas de  educação infantil e estão abandonadas”. “Trabalhei e cuidei da saúde, que deveria ser papel da senhora”, afirmou, citando que conseguiu mais de R$ 390 milhões em emendas.

Camila e Beto Figueiró (Novo) criticaram o abandono da Maternidade das Moreninhas, que está fechada. “A saúde está abandonada e é uma tragédia em nossa cidade”, lamentou o candidato que se apresenta como único da direita.

No estilo “fora da casinha”, Figueiró sempre falou em realizar o tratamento de choque na educação e na saúde em mil dias – o prazo citado pelo candidato representa quase três dos quatro anos de mandato de prefeito. Pela forma, ele parecia se referir ao famoso “100 dias”.

O pecuarista tropeçou ao questionar Beto Pereira sobre como “votaria” o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, a mais nova bandeira da direita brasileira e de Bolsonaro. O tucano respondeu que o assunto era competência do Senado e ele era deputado federal.

Figueiró criticou a Rota Bioceânica, projeto idealizado por Zeca do PT e que começou a sair do papel com investimentos federais realizados nas gestões de Michel Temer e até de Bolsonaro. Ele classificou o projeto como “panaceia do futuro” e um projeto “mancomunado” pela Odebrecht em parceria com o PT. O candidato sugeriu como alternativa a custo zero a via por meio de Ponta Porã e Paraguai, sem passar pelos portos chilenos, que não possuiriam o calado para receber grandes navios.

Ao ser questionado sobre a equidade de gênero no secretariado, Beto Pereira prometeu reduzir o número de cargos em comissão, extirpar a folha secreta que teria consumido mais de R$ 380 milhões e moralizar a folha de pessoal. “Não vai ter parente de prefeito ganhando salário de R$ 100 mil”, prometeu.

Adriane usou o tempo para ressaltar os feitos nos dois anos de gestão, como a reforma de 205 escolas, a construção de 150 salas de aulas modulares e o fechamento da Rua 14 de Julho, que ainda vai ser implementado, como medida para revitalizar o Centro.

Sem sofrer ataques, Rose ainda teve a oportunidade de apresentar as suas propostas, como o recapeamento das ruas e avenidas. Ela classificou o tapa-buracos como desperdício e destacou que, apesar de ineficaz, consumiu R$ 100 milhões em dois anos.

A ex-superintendente da Sudeco criticou a polarização  política, mas destacou que  sabe os caminhos nos ministérios para buscar recursos para o recapeamento e para solucionar os vários pontos de alagamentos na Capital.

Fonte: ojacare.com.br/By Edivaldo Bitencourt

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