Causa menos comum de incêndios florestais, raios podem ter originado primeiro foco no Pantanal em 2024

Dois focos de incêndio detectados na tarde da última sexta-feira (11), na região do Paraguai-Mirim, próximo ao Parque Nacional do Pantanal Mato-Grossense e na divisa com Mato Grosso do Sul, podem ter sido os primeiros casos neste ano de fogo provocado por quedas de raios no Estado. Os focos foram identificados por satélites e possivelmente originados ao mesmo tempo, com distância de poucos quilômetros entre um e outro.

Após o surgimento, equipes do ICMbio atuam na região para combater o fogo e contam com o apoio de uma aeronave Air Tractor que está realizando lançamento de água no local com o objetivo de minimizar os danos.

A suspeita de que o fogo tenha começado de forma natural será agora investigada por peritos que poderão confirmar a causa exata do incêndio.

Relação entre raios e incêndio incêndios

Nos últimos anos o aumento dos incêndios florestais se tornou um dos maiores desafios ambientais do Brasil, especialmente em biomas frágeis como o Pantanal. Embora frequentemente esses incêndios sejam associados a fenômenos naturais, como tempestades e descargas elétricas,  dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) revelam uma realidade diferente.

Embora um levantamento feito pelo Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat), vinculado ao INPE, tenha concluído que Mato Grosso do Sul faz parte do ranking dos estados com maior ocorrência de raios do País, outro estudo afirma que os raios são responsáveis por apenas 5% dos incêndios florestais no Brasil e apenas 1% no Pantanal. Esses números indicam que as tempestades não têm uma influência significativa nas ocorrências de incêndios florestais, levando a reflexões sobre as verdadeiras causas desse problema.

“Esse levantamento do INPE é muito importante e confirma uma tese já defendida pelo Corpo de Bombeiros e comprovada por peritos criminais que atuam no Pantanal, de que a maioria dos incêndios não são gerados por causas naturais. O mais impressionante é que Mato Grosso do Sul é o 5º estado com a maior incidência de raios e nem isso muda essa estatística quando falamos em incêndios. Ter conhecimento desses números nos ajuda a entender a origem dos incêndios florestais e a traçar estratégias, principalmente voltadas à prevenção e à conscientização das pessoas”, afirma o Subcomandante-Geral do Corpo de Bombeiros e coordenador da Operação Pantanal, Coronel Adriano Noleto Rampazo.

Os raios podem, de fato, iniciar incêndios em áreas florestais, mas os dados mostram que essa não é a principal causa. Em regiões como a Amazônia, onde a umidade e a biodiversidade são altas, o papel dos raios é secundário quando comparado a outros fatores. Já no Pantanal, que possui uma vasta área de vegetação sazonal, a influência dos raios é ainda menor, representando apenas 1% dos incêndios.

Dessa forma, os dados do INPE revelam que, embora os raios possam causar alguns incêndios florestais, eles não são a principal causa desse fenômeno no Brasil. A maioria dos incêndios é atribuída a atividades humanas, o que aponta para a necessidade urgente de mudanças nas práticas de manejo e uma maior conscientização sobre a preservação do meio ambiente. A verdadeira solução para os incêndios florestais passa pela combinação de políticas públicas eficazes, educação ambiental e a promoção de uma agricultura sustentável.

Ação humana é a principal  causa dos incêndios

A maioria dos incêndios florestais no Brasil é provocada por ação humana. Queimadas realizadas como ferramenta para a agricultura, pecuária e manejo de terras são as principais responsáveis por gerar os grandes focos de incêndio.

A pressão econômica para o uso da terra, somada a práticas inadequadas de manejo, tem contribuído para o aumento das áreas queimadas, especialmente em épocas de seca.

 O Impacto das Condições Climáticas

Embora os raios tenham um papel mínimo, é inegável que as condições climáticas contribuem para a gravidade e a frequência dos incêndios. Anos de seca severa, que são exacerbados pelas mudanças climáticas, criam um ambiente propício para a propagação do fogo. Assim, o foco deve ser colocado não apenas nas tempestades, mas também na gestão sustentável das florestas e na mitigação das práticas que favorecem os incêndios.

Atuação do Corpo de Bombeiros

O Corpo de Bombeiros Militar do Mato Grosso do Sul desempenha um papel fundamental no combate aos incêndios no Pantanal, sendo responsável pela prevenção, combate e controle de incêndios florestais.

Além disso, trabalha em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente e órgãos federais e estaduais para implementar estratégias de prevenção e monitoramento, aumentando a eficácia das ações, e investe na capacitação constante de suas equipes, aprimorando suas habilidades e técnicas em um bioma tão complexo quanto o Pantanal.

A corporação realiza campanhas de conscientização nas comunidades locais sobre os riscos das queimadas e práticas de manejo seguro da terra, mobiliza equipes para o combate direto ao fogo durante a temporada de incêndios, utilizando técnicas de contenção e abafamento com veículos especializados para acessar áreas de difícil alcance.

Fonte: bombeiros.ms.gov.br\Assessoria de comunicação

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