Gerson Claro usa verba indenizatória para contratar ex-diretor do Detran réu por corrupção

Favorito para ser o novo presidente da Assembleia Legislativa, o deputado estadual Gerson Claro (PP), usa a cota parlamentar para contratar e pagar um valor fixo ao ex-diretor de tecnologia do Detran, Gerson Tomi. Assim como o parlamentar, ele foi preso na Operação Antivírus e virou réu por corrupção e por integrar organização criminosa na 3ª Vara Criminal de Campo Grande.

Conforme o Portal da Transparência do legislativo, Claro contratou Gerson Tomi como “assessor gerencial” com o dinheiro destinado para a consultoria, assessoria, pesquisa e trabalhos técnicos. Na especificação da nota fiscal, o ex-diretor do Departamento Estadual de Trânsito detalha “em assessoria da tecnologia da informação”.

O valor é fixo e vem sendo pago mensalmente. No ano passado, Gerson Claro pagou R$ 2.450 de janeiro a maio. A partir de junho, o valor teve aumento de 100% e passou a ser de R$ 4,5 mil por mês. O total pago para Tomi apenas em 2022 foi de R$ 43.750.

O valor é próximo ao salário pago a Gerson Tomi quando ele ocupava o cargo de diretor de tecnologia do Detran. De acordo com o jornal Correio do Estado, ele tinha salário de R$ 5.277,38. Tomi foi preso na Operação Antivírus, deflagrada pelo Gaeco no dia 29 de agosto de 2017, acusado de corrupção e peculato por meio do contrato firmado com a Pirâmide Central Informática, que recebeu R$ 7,4 milhões em seis meses e foi contratada sem licitação.

Gerson Tomi e Gerson Claro são réus por corrupção, organização criminosa e outros crimes na 3ª Vara Criminal. A juíza Eucélia Moreira Cassal concluiu a audiência de instrução e julgamento. Neste momento, o processo está na fase das diligências complementares, antes das alegações finais e sentença.

Gerson usa dinheiro público para contratar e pagar R$ 4,5 mil por mês a ex-diretor do Detran preso por corrupção em 2017 (Foto: Reprodução)

O deputado e o ex-diretor de tecnologia foram denunciados por improbidade administrativa no caso pelo contrato milionário. A denúncia chegou a ser aceita em primeira instância, mas eles acabaram excluídos por determinação da 4ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. Os desembargadores entenderam que o MPE não logrou êxito em apresentar provas de que houve improbidade.

Os diretores do Detran apontaram que o Tribunal de Contas do Estado autorizou a contratação emergencial da Pirâmide Central Informática, do empresário José do Patrocínio Filho. O TCE também contratou a empresa por R$ 9,3 milhões.

O Jacaré procurou o deputado Gerson Claro por meio da assessoria para ver qual o trabalho executado pelo ex-diretor de tecnologia do Detran, mas não houve retorno. A reportagem também questionou se não havia problema em ter um réu pelo crime de corrupção.

Com aval de Reinaldo, deputados definem nova mesa diretora da Assembleia

Com apoio do MDB, PSDB e PT, Gerson Claro diz ter até 15 votos para ser eleito presidente da Assembleia amanhã (Foto: Divulgação)

O ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB) voltou das férias e costurou o acordo para eleger a nova mesa diretora da Assembleia Legislativa. O presidente deve ser Gerson Claro, o primeiro réu por corrupção na história a assumir o comando da Casa de Leis.

O outro cargo disputado, de primeiro secretário, deve ficar com o atual presidente, Paulo Corrêa (PSDB). Ele teria vencido a disputa interna com Jamilson Lopes Name (PSDB), que cogitou desafia-lo no voto na sessão de amanhã.

O acordo sepultou as chances de o legislativo fazer parte de uma história bonita, ao escolher a primeira mulher, a deputada Mara Caseiro (PSDB), para comandar a Assembleia Legislativa. Em Mato Grosso do Sul, nunca uma representante do sexo feminino ocupou os dois cargos estratégicos no legislativo, a presidência ou a primeira secretária.

A primeira vice-presidência será de Renato Câmara (MDB), seguido pela segunda vice-presidência para Zé Teixeira (PSDB). Pedro Kemp (PT) ficará com a segunda secretaria, enquanto Lucas de Lima (PDT) vai ser o terceiro secretário.

Fonte: O Jacaré

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