Marinha do Brasil anuncia venda de sua fábrica de munições para empresas estrangeiras

Sede da fábrica de munições da Marinha. Foto: Divulgação

Fábrica de Munição Almirante Jurandyr da Costa Müller de Campo é uma das principais produtoras de artefatos militares do mundo. Além de abastecer o mercado interno, exporta munições navais e terrestres para países vizinhos, além de nações da Ásia e da África

O Brasil anunciou a venda da Fábrica de Munição Almirante Jurandyr da Costa Müller de Campo (FAJCMC), pertencente à Marinha do Brasil. Fundada em 1982, a fábrica é gerenciada desde 1996 pela Empresa Gerencial de Projetos Navais (Emgepron), estatal da Marinha. O anúncio gerou protestos entre os militares nacionalistas.

As condições para a venda foram informados a executivos internacionais na última quinta-feira (25). A Marinha e a Emgepron apresentaram os detalhes da proposta em São Paulo para executivos de países como Reino Unido, Suécia, Itália e Israel. A Marinha do Brasil anunciou que vai conceder por 20 anos à iniciativa privada a operação da Fábrica. A licitação será lançada neste ano e a concessão vai vigorar até 2044.

A fábrica de munição da Marinha é uma das principais produtoras de artefatos militares do mundo. A FAJCMC, dotada de moderna infraestrutura, produz toda munição de médio e grosso calibres empregada pela Marinha do Brasil. As munições são exportadas principalmente para países da América do Sul, África e Ásia.

Munições navais fabricadas pela FAJCMC (reprodução)

Além de abastecer o mercado interno, exporta munições navais e terrestres para países vizinhos, além de nações da Ásia e da África. A produção inclui: 155mm, M107, Morteiro 120mm, 4,5” MK-8 (114,3mm), 105mm M57, M1 e LG, 3” L/50 (76,2mm), 57mm L/70, 40mm L/60 e L/70, Munição de salva 47mm e 105mm.

Diante das mudanças geopolíticas que estão ocorrendo, nenhum país que se preze está se desfazendo de suas fábricas de armas. O Brasil vem anunciando vendas de suas empresas de defesa. Não há explicação plausível para o país abrir mão de uma empresa de munições como esta. A decisão está na contramão do que ocorre no mundo.

Esse é o caso também da Avibrás, empresa de ponta em lançadores de mísseis, que está à beira de ser vendida para uma empresa australiana. Agora, aparece o anúncio da privatização da Fábrica de Munição Almirante Jurandyr da Costa Müller de Campo (FAJCMC), pertencente à Marinha do Brasil, gerenciada pela Emgeprom.

A Emgeprom é uma empresa pública que atua na gerência de projetos. Ela foi contratada pela Marinha e também atua na área de comercialização de produtos e serviços disponibilizados pelo setor naval da indústria da defesa nacional, incluindo embarcações militares, reparos navais, sistemas de combate embarcados, munição de artilharia, serviços oceanográficos e apoio logístico, entre outros.

Fonte: horadopovo.com.br

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