Nota Pública: ACP apoia a comunidade da EE Teotônio Vilela e cobra o combate à violência

O Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública – ACP manifesta solidariedade aos profissionais da educação e toda a comunidade escolar da Escola Estadual Teotônio Vilela e repudia, veementemente, toda violência que tem assolado as escolas públicas de Campo Grande.

O grave episódio em que um aluno, portando um simulacro de arma de fogo, agride e ameaça estudantes e a direção da escola, nesta quinta-feira (23), evidencia as condições precárias e insalubres  as quais estão expostos educadores, educadoras e estudantes, diante da violência sistêmica que assola a sociedade, sem aparato mínimo de segurança, com déficit de funcionários e sem uma política pública de valorização de profissionais da educação e promoção de uma ambiente saudável e de paz nas unidades escolares para o desenvolvimento da educação plena.

Infelizmente, a violência praticada na EE Teotônio Vilela não é um caso isolado. Só em 2023, a ACP já recebeu denúncias e a imprensa já noticiou vários outros casos de invasão, depredação, furto, agressão e ameaças em escolas públicas, das redes estadual e municipal em Campo Grande. É imperioso que os agentes públicos tomem medidas para preservar a vida, a saúde e a convivência pacífica nas escolas.

Nesse sentido, o sindicato já encaminhou solicitação à Câmara Municipal e à Assembleia Legislativa para realização de audiência pública que debata o combate à violência nas escolas.

O sindicato tem denunciado, enfaticamente, o descaso e desrespeito com a educação pública e seus principais agentes: professores e professoras, funcionários e funcionárias que prestam serviço à toda sociedade. Na campanha “Escola Pública – Eu defendo, valorizo e participo”, onde a escola Teotônio Vilela protagonizou importantes ações para a promoção de um ambiente saudável e de aprendizado, a ACP convoca todos os segmentos da sociedade e dos poderes públicos para a urgência das medidas em defesa da escola pública e seus profissionais.

A ACP defende que a escola pública é patrimônio de toda a sociedade, seus trabalhadores e trabalhadoras merecem respeito! Estudantes, familiares, educadores e educadoras precisam de um ambiente digno e saudável para o desenvolvimento das atividades pedagógicas e de cidadania.

É lamentável que mais uma comunidade escolar sofra as consequências do desgaste do tecido social que assola nossa sociedade. O combate à violência no ambiente escolar faz parte da luta da ACP. O sindicato busca a valorização profissional e o respeito para todas e todos que convivem no contexto das escolas públicas.

A educação é o serviço público mais abrangente do Brasil. Atende cerca de 40 milhões de pessoas todos os dias, que estão matriculadas nas escolas municipais e estaduais do país. Esse número corresponde a 82,6% de todos os estudantes da educação básica brasileira.

A violência e a desvalorização adoecem profissionais da educação. Na luta por valorização, o sindicato destaca dados preocupantes sobre o contexto da educação pública brasileira. Pesquisa da Moderna, do Grupo Santillana, revela as principais dificuldades dentro das unidades de ensino. Apenas no ensino fundamental, 29,54% dos professores apontam a falta de infraestrutura e de recursos como o maior desafio na rede pública. Em segundo lugar, com 19,25% aparece a queixa de falta de suporte familiar, seguido por 18,29%, que indicaram as dificuldades no ensino remoto e adaptação dos materiais à realidade dos alunos.

Ansiedade, depressão e outros problemas relacionados à saúde mental são cada vez mais frequentes entre professores/as no Brasil. A constatação foi confirmada no estudo “Novas formas de trabalhar, novos modos de adoecer”, realizado com 714 trabalhadores da educação, divulgado no fim de 2021, pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE).

Estresse crônico, ansiedade, depressão e síndrome de Burnout são os danos psicológicos mais relatados no estudo da CNTE. Os danos sociais que se sobressaíram relacionam-se a sobrecarga, hiperatividade, solidão por ausência do coletivo e assédio moral.

É urgente que o poder público e a sociedade compreendam a importância de agir de maneira conjunta e coordenada na defesa da educação pública, garantido condições de trabalho e fortalecendo as relações sociais que permeiam toda a comunidade escolar.

Fonte: ACP-MS

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