Pesquisa aponta que teste de pressão arterial em pé é mais preciso na detecção de hipertensão

Medir a pressão arterial enquanto os pacientes estão em pé, em vez de sentados, pode melhorar a precisão das leituras, relatam os pesquisadores do UT Southwestern Medical Center. As descobertas foram publicadas na Scientific Reports e podem levar a melhorias significativas na detecção precoce de pressão alta em adultos saudáveis.

“A triagem da pressão arterial é realizada predominantemente quando os pacientes estão sentados no consultório médico”, explica o autor principal Wanpen Vongpatanasin, que é professor de medicina interna e diretor da seção de hipertensão da divisão de cardiologia da UT Southwestern.

“No entanto, tem sensibilidade e confiabilidade limitadas, pois não reflete a pressão arterial em situações reais de vida, onde frequentemente ficamos em pé ou andamos. Nosso estudo mostra que medir a pressão arterial na posição em pé pode oferecer uma maneira mais precisa de determinar se alguém tem hipertensão , que requer avaliação de um monitor ambulatorial de pressão arterial de 24 horas ou monitoramento domiciliar.”

A hipertensão, ou pressão alta , continua sendo o principal fator de risco para doenças cardiovasculares e acidente vascular cerebral, afetando 300 mil brasileiros anualmente, 820 mortes por dia, 30 por hora ou uma a cada 2 minutos, conforme dados da Universidade de Pelotas. A estimativa é de que 32% da população adulta brasileira, ou o equivalente a 36 milhões de indivíduos, têm hipertensão. Somente 50% sabem que são hipertensos e apenas metade realiza tratamento.

Para avaliar a melhor forma de aferir a pressão, os pesquisadores da UTSW avaliaram 125 pacientes saudáveis, com idades entre 18 e 80 anos, sem histórico de hipertensão, uso prévio de medicamentos para pressão arterial ou outras comorbidades.

A análise estatística usada para avaliar a precisão geral de cada teste no diagnóstico de hipertensão revelou que a medição da pressão arterial em pé, isoladamente ou em adição à pressão arterial sentada, melhorou significativamente a precisão do diagnóstico. Os pesquisadores usaram várias diretrizes estabelecidas para definir hipertensão, incluindo as da American Heart Association.

A pressão arterial foi medida de três maneiras: através da monitorização ambulatorial da pressão arterial de 24 horas, sentado no consultório médico e em pé no consultório. A sensibilidade (precisão na detecção de uma condição, ou resultado “positivo”) e especificidade (precisão na detecção de ausência de uma condição, ou resultado “negativo”) para detecção de hipertensão nas medidas sentadas foram de 43% e 92%, enquanto a sensibilidade e a especificidade das medidas em pé foram de 71% e 67%.

Resultado da investigação pode contribuir para melhores diagnósticos

Com base nas medições médias de 24 horas, os pesquisadores descobriram que 33,6% dos participantes tinham hipertensão. Daqueles com hipertensão, a idade média era de 55,7 anos e 57% eram adultos do sexo feminino, 55% eram adultos brancos, 29% eram adultos negros, 16% eram adultos asiáticos e 16% eram de etnia hispânica/latina. Dos participantes sem hipertensão, a única diferença significativa na demografia observada foi a idade mais jovem (45,3 anos).

Os resultados desta investigação criam uma oportunidade para um melhor diagnóstico da hipertensão em adultos saudáveis ​​e podem levar a um melhor diagnóstico para pacientes que já têm a doença.“Este estudo foi realizado em adultos saudáveis ​​sem diagnóstico de hipertensão ou tratamento com medicamentos anti-hipertensivos”, afirma o médico Vongpatanasin. “Precisamos determinar se a pressão arterial em pé oferecerá uma ferramenta de diagnóstico melhor do que a pressão arterial sentada no tratamento de pacientes hipertensos tratados com medicamentos”.

Fonte: O Jacaré

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