“Terra e Paixão”: Dono de fazenda com violações ambientais foi assessor de Tereza Cristina no Ministério da Agricultura

Tal qual a família “La Selva” da novela “Terra e Paixão”, exibida em horário nobre na TV Globo, a família Rocha tem proximidades com políticos. Reportagem do site de “Olho nos Ruralistas – Observatório do agronegócio no Brasil” mostra que o dono da fazenda Annalu, localizada em Deodápolis e cenário da trama ficcional, foi assessor da atual senadora e ex-ministra Tereza Cristina, venceu contratos com o governo federal na gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL) e tem mentoria do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), o FHC.

O observatório tem dedicado uma série de matérias sobre o grupo empresarial, que conta com 50 mil hectares em Mato Grosso do Sul, onde se acumulam denúncias de irregularidades ambientais, principalmente na fazenda que sedia a novela. A reportagem também lembra que em 2006 empresários da família Rocha foram investigados por sonegação fiscal, no caso Campina Verde.

Entre 2019 e 2021, Aurélio Rolim Rocha, o Lelinho, 30 anos, ocupou os cargos de assessor internacional e de coordenador de Promoção de Imagem e Cultura Exportadora do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) acompanhando a ex-ministra Tereza Cristina (PP) em viagens internacionais à China, Alemanha, Inglaterra, Índia e Arábia Saudita.

“Durante o período em que Lelinho atuou no governo de Jair Bolsonaro, uma das empresas do grupo foi agraciada em contratos públicos dos Ministérios da Defesa e da Economia. Segundo dados do Portal da Transparência, a Mirage Aero Combustíveis Ltda, dona de seis postos de abastecimento de aeronaves, espalhadas por Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina, recebeu R$ 414.478,76 do governo federal. As contratações são relativas a 32 operações de compra de querosene e combustíveis pelo Comando da Aeronáutica e pela 9ª Superintendência da Receita Federal, em Curitiba (PR)”.

Conforme a reportagem, a aviação agrícola é um dos principais filões de negócios da Valor Commodities, além de principal meio de transporte entre as fazendas do grupo.

Já a relação com o ex-presidente foi celebrada por Lelinho em sua conta no Instagram. O diretor da Valor Commodities chama FHC de “orientador” e declara sua admiração pelo político.

“Antes de assumir os negócios da família, Lelinho Rocha foi um dos 250 herdeiros de grupos empresariais brasileiros selecionado para ingressar no programa Legado para a Juventude. Segundo a página no Linkedin, o projeto visava conduzir “as novas gerações da elite empresarial brasileira a conhecer a fundo o Brasil”, encontrando “seu próprio caminho de protagonismo no país”.

O nome da plataforma vem do livro homônimo de Fernando Henrique Cardoso e da educadora Daniela Rogatis, que atuaram como conselheiros do programa.

O empresário é diretor-suplente na Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul) e atua como consultor de relações internacionais para a Fiems (Federação das Indústrias de Mato Groso do Sul).

Leia a reportagem na íntegra.

Fonte: O Jacaré

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